Ao longo da história do automobilismo brasileiro, sempre existiram os automóveis “cometas”, tão belos quanto breves. Foi pensando nisso que elaboramos este artigo, esclarecendo a cronologia e passagem do carro Maverick em nosso mercado. Trata-se de um clássico memorável que marcou as gerações de outrora, tanto em solo nacional quanto estrangeiro.
Já raro na época de sua comercialização, atualmente o Maverick protagoniza disputas acirradas em leilões de veículos antigos. Agora, acomode-se e prepare-se para conhecer mais sobre o nostálgico “Maveco”. Acompanhe!
O carro Maverick, a lenda sobre rodas
Desde sua conceitualização, o Ford Maverick tinha um objetivo bastante claro: ser o escudo norte-americano para combater as vendas de veículos europeus e nipônicos. Tratando-se da transição para a década de 1970, a Ford precisava de um símbolo para conter a popularização do Fusca, que ganhou uma infinidade de adeptos ao protagonizar a contracultura hippie que era o pano de fundo à época.
Com esse alvo bem delineado, o Maveco fora criado, portando uma fórmula de sucesso: cupê, compacto, um tanto esportivo, robusto, durável e barato de se reparar. Naquele momento, a Ford atingiu a veia do mercado, apaixonando os consumidores com o “irmão menor” do já consagrado Mustang. Inicialmente, o plano foi bem-sucedido, vendendo mais de 579 mil unidades logo em seu primeiro ano, 1969.
Características e diferenciais
O Maverick sempre foi um carro coerente à sua proposta e, sobretudo, entusiasmante de conduzir. Afinal de contas, a montadora desenvolveu uma equação que só podia resultar em diversão, unindo uma carroceria cupê leve e pequena à tração traseira.
Focando em corte de custos e otimização produtiva, vale lembrar que ela utilizou a plataforma do clássico Falcon na construção do Maveco. Apesar disso, suas características e dimensões contribuíram para que fosse o Ford com a melhor dirigibilidade à época, pensando em seu público-alvo: consumidores de Fuscas.
Quanto à nomenclatura, existem rusgas na história. Algumas vertentes argumentam que a montadora decidiu fazer uma honraria a um antigo fazendeiro norte-americano, Samuel Maverick. Inclusive, o modelo estadunidense contava com um símbolo de caveira e chifres de um touro, ausente no Brasil por conta do apelido negativo que os Fuscas com teto solar ganharam naquela época: Cornowagen. A Ford não poderia arriscar em nosso mercado.
De toda maneira, Maverick enquanto termo pode significar o indivíduo soberano, bravo e corajoso, contextualizando a imagem que desejava passar e o produto que pretendia vender.
O Maverick no Brasil
Agora, sim! Abordamos a chegada do clássico em nossas terras. No entanto, como você, entusiasta, deve saber: o mercado brasileiro possui algumas distorções. Enquanto o Maverick do “Tio Sam” enfrentava modelos Volkswagen e pequenos Toyotas, o Maveco brasileiro precisaria encarar oponentes maiores, justificando o seu preço.
Em 1973 ocorreu o lançamento do Ford Maverick no mercado brasileiro que, embora estivesse encantado com a proposta e desenho do modelo, não se entusiasmou com o contido espaço para os ocupantes da segunda fileira. Como dissemos, distorções de mercado.
Ainda assim, o Maveco vendeu 108 mil unidades durante toda sua passagem pelo Brasil, distribuídas entre suas três versões:
- Super e Super Luxo, disponíveis com a motorização tradicional V6 de 112 cv e opcionalmente com o V8, com opções de transmissão manual e automática, quatro e três marchas, respectivamente;
- GT, motorizado com um V8 de 199 cv com transmissão manual de quatro marchas, escalonadas para levar o Maveco de 0 a 100 km/h em 11 segundos.
O final do Maveco foi coerente com o desfecho da maioria dos projetos estadunidenses: uma explosão no preço do petróleo que, inevitavelmente, fez com que todos os veículos pouco econômicos sucumbissem no mercado. De qualquer forma, aos entusiastas, o Maverick continua sendo aquilo que representava: a soberania em uma embalagem divertida.
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